Austin, 4/10/20
Bom mesmo era o Jobi, a pizzaria Guanabara as 4 da manha, uma passada no Letras & Expressoes pra ver CDs. Mas bom mesmo, mesmo, era a Cobal do Humaita, o point carioca com mais cara de Rio, porque consistia de mesas no meio de um estacionamento com vista pro Cristo.
Muito barulho, gente chegando e se abracando, gente se abracando e se despedindo, gente se abracando porque bebado abraca, carrinho de compra do Farinha Pura passando no meio de tudo, banheiro meio esquisitinho, uma brisa comecando a bater depois do calor do dia, gente chegando as 11 pro encontro que era as 6, os eventos indo de encarnacao em encarnacao feito grupo de rock. E tinha ainda os garcons, que demoravam muito a trazer a conta errada, mais um tanto pra trazer a conta corrigida, e eu me perguntava por que so o Bar Lagoa tinha ma fama. Depois vinha a saideira, a divisao da conta, a surpresa pelos dos FDP que sairam antes e esqueciam a gorjeta. Anos passaram ate quem saia antes comecou a pagar a conta de todo mundo que ficava, sinal de que a gente ja tinha passado dos 30.
E a hora de abracar pra sair virava a segunda parte da noite, vamos andando junto pra pegar taxi, perai, deixa eu te contar, esqueci, a gente se fala amanha, vamos marcar aquela viagem pra Machu Pichu entao, falando serio.
Hoje me peguei pensando nisso e tive uma vontade enorme de voltar a Cobal, mas as coisas so acontecem uma vez no tempo, e a Cobal de hoje nao e a mesma dos anos 90, nem o Rio eh o mesmo e nem o Brasil e o mesmo.
A gente so vive num lugar uma vez.